terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Tudo tem um fim - o meu é este


Quando, um dia, via email, Nuno Pinto me sondou para colaborar no TMQ, que tinha criado dias antes, disse-me que achava que eu não ia aceitar e que compreendia que assim fosse. Aceitei. E supreendi-o. A ideia de um blogue de Soalhães estimulava-me, mesmo quando é certo que eu já estava um bocado cansado da intervenção cívica no Marco.

Durante todo este tempo, fiz o que pude: dei sugestões, apontei erros, lancei debates, provoquei. Não tanto como gostaria, mas as coisas foram-se agitando. Opositores políticos trocaram por aqui argumentos, mas não tão regularmente quanto seria desejável. Ficaram-se pelos momentos de alguma tensão relativos a pontos concretos e não perderam um minuto a discutir ideias para o futuro. Essa é a minha maior desilusão, mas não é por isso que decido que é a hora de pôr um ponto final na minha colaboração.

Quando troquei email com Nuno Pinto - que nem sequer conhecia -, creio que terá ficado mais ou menos claro que a minha colaboração era a termo. A termo incerto, mas a termo. Que ajudaria, dentro das minhas possibilidades a lançar o blogue, mas que não ficaria por muito tempo. Eu tinha saído havia pouco do MH precisamente porque estava cansado. Não só porque estava cansado, mas também porque estava cansado. Para tudo há um tempo. Já tinha havido o tempo da minha intervenção política no Marco - que surgiu inesperadamente - e aproximava-se o tempo do fim da minha intervenção cívica no Marco - que surgiu deliberadamente. Com o TMQ aguentei-me mais um pouco.

Foi gratificante o tempo que passei por aqui. Foi bom ter conhecido um bom soalhanense como é Nuno Pinto, um homem que gosta de intervir apenas porque gosta de intervir à procura do melhor para Soalhães e que não se deslumbra porque intervém.

Na noite passada, escrevi-lhe a dizer que está na hora de ir andando. Ele respondeu-me esta noite a dizer que não fica surpreendido. Compreende as minhas razões. Espero que os leitores do TMQ também percebam e que vejam nesta minha saída precisamente o que aqui explico e nada mais: cansaço, a sensação de alguma inutilidade e também - há que reconhecer - falta de vontade de intervir nos combates que se avizinham. Sobre eles, direi apenas que prefiro ficar sentado a ver.

Não sei em que vou gastar o tempo livre que dedicava ao TMQ. Ideias não me faltam. Seguramente, nenhuma delas passa pelo Marco. Tenho muitos processos para estudar, muitos livros para ler, muita vida para viver se Deus quiser e talvez até tenha tempo para voltar a escrever livros sobre o que gosto.

É claro que não vou esquecer Soalhães, nem o Marco. O cheiro da terra está em mim e talvez seja o tempo de sentir mais o cheiro das flores. E contem comigo, claro. Para a amizade.

Espero, finalmente, que Nuno Pinto e Gregório Ribeiro não esmoreçam. E que os demais colaboradores colaborem um pouco mais.

Abraços para todos.

(Sempre pensei que a minha aventura na blogosfera marcoense iria terminar com um blogue diário de fogo cruzado com o meu estimado amigo José Carlos Pereira. Não foi assim. Paciência. Continuaremos a cruzar ideias, concordâncias e discordâncias ao vivo. E que seja por muitos anos).

3 comentários:

Anónimo disse...

Meu Caro,

O mais importante que lhe queria transmitir, já o fiz em privado.

Em público, fica aqui apenas o meu sincero agradecimento e a minha elevada estima, de Soalhanense para Soalhanense.

NP

jcp (José Carlos Pereira) disse...

Caríssimo, compreendo-te bem e até já falámos sobre esta questão. Quanto às nossas conversas, continuaremos (sempre) a tê-las.

G.R. disse...

Obrigado por tudo.
Já estamos com saudades...
Abraço!