terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Desculpe lá, Rui

Eu sei que V. me está grato por lhe ter dado um sinal de apoio antecipado na sua luta para manter a liderança do PSD-Marco (e teria dado mais se tivesse pressentido que precisava dele). E também registo o seu agradecimento, posterior, pelo que fiz. Mas, depois de ter ficado algumas horas sem dormir por causa do assunto, concluí que devo ter sido o seu pior apoiante. Ou, talvez, um dos principais culpados pelo resultado. Não foi por mal. Foi por bem, como haverá de ver-se.

Penso e volto a pensar e acho que V. não devia ter-me convidado para fazer parte do Conselho Consultivo do PSD-Marco. Eu fui porque achei que lhe devia solidariedade, pela solidariedade que me deu noutro tempo e, além disso, ao contrário do que possa pensar-se, eu sou um militante disciplinado, mesmo quando sou crítico (e avisei que sou crítico, porque essa é a minha forma de ser leal). Como se recordará, logo na primeira reunião do órgão, em que eu estava de boa-fé a dar sugestões, fui confrontado por António Coutinho (presidente da Assembleia Municipa, que se esqueceu de votar em si) a dizer que não estava nada de acordo com o que eu sugeria, porque, achava ele, eu estava a tentar deixar a minha assinatura no Marco, como se eu quisesse uma rua com o meu nome... Lembro-me que saí dali, consigo, amargurado com a situação. Porque não era nada disso o que eu queria - eu estava a dar ideias para o Marco. Boas ou más, eram ideias, coisa que nos tempos que correm é escassa e eles não têm.

Houve outra reunião do Conselho Consultivo depois dessa. Foi no dia 31 de Julho de 2007. Eu não fui e tive o cuidado de comunicar, via email, a todos os que tinham email, que não ia porque fazia anos nesse dia, fui jantar com amigos, sei que houve quem pensasse que os motivos eram outros, mas não foram. Era mesmo esse o motivo. Recordo-me que houve um membro do CC que me enviou uma mensagem de parabéns e lembro-me que, no dia seguinte, já de férias com o meu filho, V. ligou-me ao fim da tarde, saía eu de Alcobaça a caminho de S. Martinho do Porto, a dar-me conta do que tinha sido a reunião. Coisa breve e eu a desculpar-me.

Tempos mais tarde, já não sei como, colocou-se a questão de eu ir como observador ao Congresso onde Luís Filipe Menezes foi consagrado líder o PSD. Eu tinha-lhe dito que ia e V. até me ligou, estava eu perto de Burgos, e eu confirmei que ia e depois não fui, porque, disse-me V. que tinha-se esquecido de enviar as fichas (o que me irritou um bocadinho), também me lembro bem: foi no dia do lançamento da primeira pedra da revitalização das margens do Tâmega e andei a brincar com a sua pequenota, que até gostou de mim, porque as crianças são assim, gostam dos tontos.

Depois disso, ligou-me V. para fazer parte de uma lista para delegados à Assembleia Distrital do PSD. Perguntei-lhe quem eram os outros e V. chutou para canto, disse-me que era uma lista única e abrangente (eu até fui votar e tudo, fui dos poucos, menos do que os da lista), porque acho que não me quis dizer e eu percebo.

Quando fui votar, olhei de relance para a lista afixada na parede e vi que, nela, estava um dos irmãos Cruz - não sei qual deles, porque não é relevante a distinção - e pensei: Sou mesmo um tipo tolerante!
E fui eleito.

Eleito, tive de andar a explicar que não tinha aceitado por acaso. Expliquei aos meus amigos, que não tinham percebido, ao que ia. Agora, terei de explicara ao que vou.

Lá estarei.
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ADENDA: Agradeço, Rui Cunha (ou qualquer outro cidadão), que me avise quando vir o presidente da Câmara a passear de braço dado com os manos na Alameda, engravatados. Eu quero ir ver...
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