terça-feira, 13 de novembro de 2007

Se o poder corrompe, o poder por tempo em excesso corrompe muito mais

Eu não sei se Lindorfo Costa, ao envolver-se em esquemas financeiros com fornecedores da Câmara, cometeu ou não algum crime, se cometeu os crimes pelos quais está pronunciado ou se os crimes deveriam ter uma qualificação mais grave. Do que eu tenho a certeza é que, no plano ético, Lindorfo Costa agiu mal. Muito mal. E digo-o com a legitimidade de quem teve a oportunidade de o dizer pessoalmente ao ex-vice-presidente da Câmara. Empréstimos ou não, o certo é que, nem mesmo em desespero de causa - se foi esse o caso - Lindorfo Costa deveria ter agido desta forma. Admitindo que se trata de empréstimos, os fornecedores emprestaram porque são amigos, ou porque a tanto foram compelidos pelos facto de dependência económica que tinham em relação à Câmara e, muito concretamente, do seu homem das finanças? Se dúvidas existiam, esta realidade vem comprovar o que eu tanto reclamei: o poder autárquico que dominou o Marco tinha chegado a um ponto em que já não se distinguia o público e o privado. E o mais grave, é que não sei se os seus responsáveis têm noção do que isso representa e se ainda são capazes de distinguir a linha que separa o bem do mal, o lícito do ilícito.
.

1 comentário:

jcp (José Carlos Pereira) disse...

Como sabes, após ter tomado conhecimento público do pronunciamento de Linforfo Costa, defendi na Assembleia Municipal de 28 de Setembro último que o agora deputado municipal deveria suspender o seu mandato naquele órgão até decisão definitiva dos tribunais. Sem pretender discutir politicamente os crimes que vão ser julgados, não misturando nunca a justiça com a política, este é o princípio que sempre defendi, para dignificação do poder local e dos órgãos autárquicos sufragados pelo voto das populações.