domingo, 16 de dezembro de 2007

Cada um responde onde pode

Tenho um prazo estabelecido para deixar de escrever sobre a política local. E há quem saiba disso. E tenciono cumprir esse prazo. Desde que não me piquem muito, claro, que eu sou assim, de funcionar por impulsos.
A ver se nos entendemos: sempre que militei num blogue local, fiz sempre questão de que ele fosse plural. Muitas pessoas, de vários partidos, foram convidados a escrever neles. Enquanto responsável por eles, publiquei comentários - mesmo anónimos - que me visavam, às vezes de forma pouco cordata e até insultuosa. Por causa da política de publicação de comentários (ou também por isso), deixei de escrever em alguns sítios, porque sempre entendi que quem é visado no escrito de um blogue deve ter a oportunidade de defender-se. Coisas de quem já foi jornalista e encara a comunicação social como assunto sério.
Creio, por isso, que ninguém pode queixar-se de não ter permitido o contraditório nas coisas que escrevo, mesmo quando - repito - algumas vezes de forma desproporcionada.
Mas vamos ao fundo da questão: contam-me que neste sábado à noite, num jantar da Casa do Povo de Soalhães, o presidente da Câmara, Manuel Moreira, que anda a ver fantasmas onde eles não existem, lá retomou a questão dos blogues. Deste, no caso concreto, a propósito do que escrevi há dias sobre o facto de muitas figuras públicas não terem subscrito a petição pelos médicos em Soalhães, enquanto o faziam para ligar a linha do Dourro do Pocinho a Barca D'Alva. Tanto quanto me contam, Manuel Moreira disse que, enquanto presidente da Câmara, não está para assinar petições, mas para fazer petições. Tem razão - embora isso não resolva a contradição de assinar uma e não ter assinado outra - e, por mim, assinarei todas aquelas que o edil fizer e com as quais concorde. E digo mais: na qualidade de presidente da Câmara, espero que o edil esteja a trabalhar com afinco para resolver a questão dos médicos da freguesia. Se o conseguir, contará, obviamente, e como sempre, com o meu aplauso. Porque o que interessa não são os blogues ou as petições, mas sim o resultado que se obtém em prol da população.

(Não estive no jantar de Natal da Casa do Povo - não fui convidado, nem tinha que ser. Logo, não ouvi o inflamado discurso de Manuel Moreira. Confio, porém, no relato que me foi feito. Como tal, não pude explicar ao vivo ao nosso presidente a minha posição sobre este assunto. Assim, resta-me responder-lhe aqui. E presumo que os responsáveis deste blogue estarão absolutamente receptivos a qualquer correcção ou resposta que o autarca queira fazer ou dar sobre o que aqui escrevo. Sobre o que mais se passou no jantar, voltarei logo que possa.)
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2 comentários:

Anónimo disse...

Não estive no jantar, mas estive no café da casa do povo (onde Manuel Moreira distribuiu os cumprimentos da praxe). Não sabia de nada sobre o discurso de Manuel Moreira, mas sempre lhes digo que o que aqui conta sobre o discurso ajudo-me a fazer luz sobre algumas dúvidas que me surgiram no café da casa do povo... Agora as coisas fazem bem mais sentido.
Obrigado CR.

Anónimo disse...

No café da casa do povo pude assistir às manobras dos caciques do costume, só que agora querem pular a cerca e mudar de barricada... Caciques ao sabor da onda - melhor era impossivel...