quinta-feira, 4 de outubro de 2007

A explicação do Dr. José Carlos Pereira

O Dr. José Carlos Pereira deixou um comentário no post "A explicação que José Carlos Pereira nos deve" do Dr. Coutinho Ribeiro, que pela sua importância e para maior visibilidade aqui se transcreve:

«Tal como tinha aqui anunciado, junto a declaração que foi lida, a meu pedido, no início da reunião de ontem à noite da Assembleia Municipal. É tudo quanto pretendo dizer sobre o facto de me ter ausentado da sala no momento da votação de uma proposta de mudança de nome do Estádio do município. Não me parece que deva trazer para o domínio público avaliações de comportamento pessoal e político, e até de carácter, que enquadraram a minha atitude.


“Na última reunião ordinária, realizada no passado dia 28 de Setembro, ausentei-me da sala no momento da votação de uma proposta sobre o nome do Estádio do município. Tratou-se naturalmente de um gesto deliberado, mas que procurei assumir com a maior discrição possível.

No entanto, como esse facto deu azo a interpretações nos órgãos de comunicação social e pode ter causado dúvidas no espírito de algumas pessoas, devo esclarecer o plenário e os marcoenses em geral que a minha ausência da sala se deveu, em primeiro lugar, ao facto de essa proposta do Grupo Municipal do PS ser do meu inteiro desconhecimento. Com efeito, apesar da mesma ter sido pré-anunciada nos jornais, não me foi permitido discutir a proposta ou sequer tomar conhecimento do respectivo teor. Nessas condições, julgo que todos compreenderão os fundamentos da minha atitude.

Por outro lado, não tenho duas caras nem duas palavras. Em Dezembro de 2005, redigi uma proposta, subscrita pelos membros do Grupo Municipal do PS e apresentada pelo seu actual líder, na qual se propunha “a criação de uma Comissão Municipal de Toponímia, com o objectivo de proceder a uma revisão geral da toponímia municipal e dos topónimos dos equipamentos municipais e definir os princípios gerais que vão determinar a escolha de novos nomes para o futuro.” Dizia-se então que, apesar de se tratar de uma competência da Câmara Municipal, o Grupo Municipal do PS entendia “que a toponímia do concelho deve ser um elemento consensual e agregador e retratar o reconhecimento generalizado dos marcoenses em relação a determinadas personalidades e entidades, deixando de estar subordinada a vontades e interesses particulares. À semelhança do que acontece em outros municípios, este órgão consultivo deve ser composto por personalidades de reconhecido mérito na vida do concelho, indicadas pelos partidos com assento nos órgãos autárquicos.”

Esta posição foi reafirmada numa minha intervenção no período de antes da Ordem do Dia da sessão de 29 de Junho último e nunca mereceu quaisquer reparos no seio do Grupo Municipal a que pertenço. Por esse facto, não tendo as propriedades de um cata-vento, não poderia ter agora uma posição diferente da que sempre defendi, contribuindo ainda por cima para sujeitar a Assembleia Municipal a fazer uma votação sem qualquer poder vinculativo.

Não me revejo, nesta matéria, em deliberações conjunturais, tomadas a pensar em casos concretos e individualizados. Aliás, por que razão a Câmara substituiria o nome do estádio do município e deixaria intacta a designação de algumas ruas e avenidas, do pavilhão desportivo, do auditório municipal e de outros equipamentos do concelho?

Julgo que as pessoas que acompanham a minha acção política sabem que jamais defenderia a atribuição do nome de certas personalidades a quaisquer arruamentos ou equipamentos municipais. Por isso, apresentei no mandato anterior, com outros deputados, declarações de voto em oposição a que fossem incluídos nos roteiros toponímicos do concelho os nomes de personalidades que se encontravam ainda no desempenho de cargos públicos e em plena actividade, dizendo que a consagração do nome de uma personalidade no roteiro toponímico deve ser, pelo contrário, a homenagem a uma carreira terminada e amplamente reconhecida pelas populações.

Continuo a pensar da mesma forma e contribuirei, naquilo que me for possível, para que a autarquia adopte princípios gerais em matéria de toponímia que permitam construir consensos e corrigir deliberações tomadas num passado recente e que não prestigiam a nossa terra.


José Carlos Pereira
Deputado independente eleito pelo PS” »

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