sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Avenida da Igreja - porque os tempos mudam...

Seguindo o tema trazido a este blog por G.R., a Avenida de acesso à Igreja, eis que vos apresento a cópia do comunicado que foi distribuído à população de Soalhães no ano de 1950. Este é um documento que o meu pai, José Soares, ainda hoje possui nos seus arquivos de memórias pessoais, e que decidiu facultar para eu o publicar no TMQ.
Apresento ainda neste artigo uma foto do painel de custos das recentes obras de requalificação desta mesma avenida. Coloco-a de forma a compararmos a diferença de custos entre a construção total deste espaço há cerca de cinquenta e sete anos atrás, e uma obra de requalificação nos dias de hoje… porque os tempos mudam…



Ex.mo Senhor
Não pode esta freguesia de Soalhães, como a mais extensa e populosa do concelho do Marco de Canaveses deixar de acompanhar o movimento que, por toda a parte se alastra a bem dos povos...
Possuidora de belas tradições, favorecida por horizontes que os turistas podem admirar, enriquecida por uma igreja diante de cuja vetusta talha e azulejos simbólicos do Antigo e Novo Testamento, os amigos da arte e da arqueologia se podem extasiar, precisa, para assim dizer, de patentear-se ao convívio dos que a desejam conhecer.
E nós, que já a conhecemos e amamos devemos ser os primeiros a impulsionar este movimento.
Recorremos para quem de direito, mas, embora venham em nosso auxílio com as costumadas comparticipações, temos também de juntar-lhes o nosso esforço, o nosso suor e o nosso dinheiro. Temos de apelar para todos os Soalhenses, quer labutem na terra natal, quer fora dela, a estremeçam e sintam palpitar as suas aspirações de progresso e expansão.
Para todos estes e também para V. Ex.ª apelamos e pedimos o seu concurso, a fim de podermos realizar, essa obra – a ampliação e ave­nida de acesso à igreja orçada em 297.300$00 e comparticipada pelo Estado em 148.650$00 – digna da nossa época e que perdure para os vindouros.
Por tudo isto se subscreve muito grata a comissão:

António Soares Monteiro – Pároco da Freguesia
Bernardino Teixeira da Mota e Costa – Professor
Joaquim Moutinho Pereira Barbosa – Presidente da Junta
Manuel Pereira Coutinho de Araújo – Vogal da Junta
Joaquim Soares – Vogal da Junta
Rodrigo Caetano Alves de Oliveira – Proprietário”

3 comentários:

o sibilo da serpente disse...

Não sei bem porquê, mas esta avenida sugere-me o nome do Eng. Sá e Melo, que tantas vezes ouvi ao meu pai. Um destes dias, vou perguntar-lhe o que tem uma coisa a ver com a outra. Mas, se alguém por aqui souber explicar, eu agradeço.

Anónimo disse...

Caro CR, sugere-lhe, e bem... Depois de mais um interrogatório ao meu pai, José Soares, tive conhecimento que o Eng. Sá e Melo era, nesta data, Ministro das Obras Públicas, e que foi muito graças a ele que o estado comparticipou a obra com 148.650$00, ou seja, 50% do custo da obra.

G.R. disse...

Um documento curioso e de grande interesse não só para a história da avenida como da própria freguesia.