Avenida da Igreja - porque os tempos mudam...
Seguindo o tema trazido a este blog por G.R., a Avenida de acesso à Igreja, eis que vos apresento a cópia do comunicado que foi distribuído à população de Soalhães no ano de 1950. Este é um documento que o meu pai, José Soares, ainda hoje possui nos seus arquivos de memórias pessoais, e que decidiu facultar para eu o publicar no TMQ.
Apresento ainda neste artigo uma foto do painel de custos das recentes obras de requalificação desta mesma avenida. Coloco-a de forma a compararmos a diferença de custos entre a construção total deste espaço há cerca de cinquenta e sete anos atrás, e uma obra de requalificação nos dias de hoje… porque os tempos mudam…
Apresento ainda neste artigo uma foto do painel de custos das recentes obras de requalificação desta mesma avenida. Coloco-a de forma a compararmos a diferença de custos entre a construção total deste espaço há cerca de cinquenta e sete anos atrás, e uma obra de requalificação nos dias de hoje… porque os tempos mudam…
“Ex.mo Senhor
Não pode esta freguesia de Soalhães, como a mais extensa e populosa do concelho do Marco de Canaveses deixar de acompanhar o movimento que, por toda a parte se alastra a bem dos povos...
Possuidora de belas tradições, favorecida por horizontes que os turistas podem admirar, enriquecida por uma igreja diante de cuja vetusta talha e azulejos simbólicos do Antigo e Novo Testamento, os amigos da arte e da arqueologia se podem extasiar, precisa, para assim dizer, de patentear-se ao convívio dos que a desejam conhecer.
E nós, que já a conhecemos e amamos devemos ser os primeiros a impulsionar este movimento.
Recorremos para quem de direito, mas, embora venham em nosso auxílio com as costumadas comparticipações, temos também de juntar-lhes o nosso esforço, o nosso suor e o nosso dinheiro. Temos de apelar para todos os Soalhenses, quer labutem na terra natal, quer fora dela, a estremeçam e sintam palpitar as suas aspirações de progresso e expansão.
Para todos estes e também para V. Ex.ª apelamos e pedimos o seu concurso, a fim de podermos realizar, essa obra – a ampliação e avenida de acesso à igreja orçada em 297.300$00 e comparticipada pelo Estado em 148.650$00 – digna da nossa época e que perdure para os vindouros.
Por tudo isto se subscreve muito grata a comissão:
António Soares Monteiro – Pároco da Freguesia
Bernardino Teixeira da Mota e Costa – Professor
Joaquim Moutinho Pereira Barbosa – Presidente da Junta
Manuel Pereira Coutinho de Araújo – Vogal da Junta
Joaquim Soares – Vogal da Junta
Possuidora de belas tradições, favorecida por horizontes que os turistas podem admirar, enriquecida por uma igreja diante de cuja vetusta talha e azulejos simbólicos do Antigo e Novo Testamento, os amigos da arte e da arqueologia se podem extasiar, precisa, para assim dizer, de patentear-se ao convívio dos que a desejam conhecer.
E nós, que já a conhecemos e amamos devemos ser os primeiros a impulsionar este movimento.
Recorremos para quem de direito, mas, embora venham em nosso auxílio com as costumadas comparticipações, temos também de juntar-lhes o nosso esforço, o nosso suor e o nosso dinheiro. Temos de apelar para todos os Soalhenses, quer labutem na terra natal, quer fora dela, a estremeçam e sintam palpitar as suas aspirações de progresso e expansão.
Para todos estes e também para V. Ex.ª apelamos e pedimos o seu concurso, a fim de podermos realizar, essa obra – a ampliação e avenida de acesso à igreja orçada em 297.300$00 e comparticipada pelo Estado em 148.650$00 – digna da nossa época e que perdure para os vindouros.
Por tudo isto se subscreve muito grata a comissão:
António Soares Monteiro – Pároco da Freguesia
Bernardino Teixeira da Mota e Costa – Professor
Joaquim Moutinho Pereira Barbosa – Presidente da Junta
Manuel Pereira Coutinho de Araújo – Vogal da Junta
Joaquim Soares – Vogal da Junta
Rodrigo Caetano Alves de Oliveira – Proprietário”
3 comentários:
Não sei bem porquê, mas esta avenida sugere-me o nome do Eng. Sá e Melo, que tantas vezes ouvi ao meu pai. Um destes dias, vou perguntar-lhe o que tem uma coisa a ver com a outra. Mas, se alguém por aqui souber explicar, eu agradeço.
Caro CR, sugere-lhe, e bem... Depois de mais um interrogatório ao meu pai, José Soares, tive conhecimento que o Eng. Sá e Melo era, nesta data, Ministro das Obras Públicas, e que foi muito graças a ele que o estado comparticipou a obra com 148.650$00, ou seja, 50% do custo da obra.
Um documento curioso e de grande interesse não só para a história da avenida como da própria freguesia.
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