sábado, 21 de julho de 2007

Notas à margem da Assembleia Municipal

De passagem pelo Marco, ontem, acabei por passar pela Assembleia Municipal. Era uma reunião extraordinária e com poucos - mas importantes - pontos na agenda. Mesmo assim, à cautela, "tirei bilhete" até às 4 horas da madrugada. Acabou pouco depois da 3. O que significa que fiquei com um cédito de quase 1 hora.
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Um dos "pormenores" mais interessantes, à margem da AM, era ver o ambiente no PS, depois de, esta semana, o Secretariado concelhio ter retirado a confiança política ao vereador Luís Almeida. Pelo que vi, Luís Almeida não está muito perturbado. À cautela, decidiu aparecer de gravata... cor-de-rosa. Artur Melo passou pela Câmara, já muito tarde e por pouco tempo. Não chegou a haver encontro entre os dois socialistas desavindos. José Carlos Pereira, António Madureira e Hernâni Pinto solidarizaram-se com o vereador. Não sei se houve mais algum, porque nem sempre estive na sala.
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Lindorfo Costa, ex-presidente da Câmara, fez um interessante discurso de defesa do actual contrato de concessão privada do abastecimento da água e saneamento. Não concordo minimamente com o que disse. Mas o homem explica-se bem. Tive o cuidado de lhe dizer, cá fora, que ele é o demagogo mais perfeito que conheço.
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O vereador José Mota (PSD) teve uma excelente tirada de resposta a Lindorfo Costa, quando se falava no facto de o anterior executivo não ter dado prioridade ao abastecimento de água e à rede de saneamento do concelho. Disse Mota que talvez as coisas tivessem sido diferentes se houvesse a moda de dar o nome do anterior presidente da Câmara a equipamentos desta natureza. E eu imaginei logo uma ETAR Avelino Ferreira Torres.
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Palpita-me que as coisas na área do CDS andam um tanto azedas. Garantiram-me que Norberto Soares está a trabalhar para uma candidatura independente em 2009. E que, inclusive, já tem feito reuniões com presidentes das Juntas. Pelo que vi, as suas relações com Lindorfo Costa são distantes. É de prever que Norberto, candidato independente, terá como adversário também alguém do CDS. Ferreira Torres?
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Manuel Moreira está mais contido nos seus longos discursos. Mas, ainda assim, terá de "rapar" um pouco mais, cingindo-se ao essencial.
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A cadeira do vereador Fernando Torres, nas Assembleias Municipais, continua vazia. À semelhança, aliás, do que já acontecia no mandato anterior.
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Quando apareço nestas reuniões da AM, sinto que sou bem recebido pela generalidade das pessoas. De todos os quadrantes. Mas também há quem não esconda alguma hostilidade. Alguns dos que gostam de me ver, costumam perguntar-me quando regresso às lides políticas locais. Explico-lhes que nunca voltarei. O meu papel já foi cumprido. O que talvez sossegue aqueles que mascaram mal a sua hostilidade.
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Depois da reunião, fiquei à conversa com os mais resistente, entre os quais José Carlos Pereira e Luís Almeida. Sobre férias. Manuel Moreira apanhou-nos quando saiu. Ficou por ali uns minutos. Aproveitei para lanças duas ou três provocações assumidas. Sobre o momento político. Confessei ao presidente da Câmara que sou um provocador. Ele também acha. Melhor: «Tu sempre foste um provocador, só que agora estás mais refinado». É verdade.
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Se o ambiente não anda bom pelo lado do PS, fui notando, aqui e ali, que também grassa alguns descontentamento nos hostes do PSD. Sobretudo por parte de autarcas. Garantem-me que haverá algumas novidades a este nível nos próximos dias.

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